Encontros definem estratégias do Artesanato da Bahia com municípios e associações

A realização da Feira Nacional de Artesanato da Bahia foi um dos principais assuntos apresentados e discutidos durante os encontros com gestores municipais e associações artesanais, promovidos pela Coordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia da SETRE – CFA,  na última sexta-feira (02/06) e quinta-feira (01/06), no Grande Hotel da Barra, no Porto da Barra, em Salvador. Nos encontros, a CFA e o Programa Artesanato da Bahia, através da Associação Fábrica Cultural, apresentaram o planejamento de ações, além do balanço das metas alcançadas desde 2019, quando foi criada a marca Artesanato da Bahia. O evento reuniu 35 Associações de Artesanato e gestores de 51 municípios, atingindo 16 territórios de atuação do Artesanato da Bahia.

I Encontro de Gestoras e Gestores Municipais e Artesanato da Bahia e o I Encontro de Associações do Artesanato e Artesanato Da Bahia foram presididos por Weslen Moreira, coordenador da CFA, através da Secretaria Trabalho, Emprego, Renda e Esporte. Durante o evento, a mesa contou com as participações de Davidson Magalhães, o secretário da SETRE, do vice-governador Geraldo Junior, da Diretora de Artesanato e Microempreendedor Secretaria de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo do MDIC, Raíssa Rossinter, e da diretora do Programa Artesanato da Bahia pela Associação Fábrica Cultural, Carolina Almeida.

No primeiro dia, a CFA/Setre apresentou aos municípios algumas solicitações para a assinatura do termo de intenção e compromisso, que tem como objetivo firmar acordos de cooperação técnica, através da parceria com o Governo do Estado. A principal intenção será uma cooperação mútua nas ações que a CFA vem realizando nos municípios baianos, como o cadastramento de artesãs e artesão, emissão da Carteira Nacional de Artesão, realização de qualificações e promoções de eventos de promoção e comercialização.

“Quando assumimos a SETRE, um dos nossos desafios era repensar a política do artesanato, porque ficou um vácuo com a extinção do Instituto Mauá. Um desafio de repensar a política do artesanato como identidade e a formação cultural da Bahia. Entendemos que a riqueza globalização não é padronização, mas a soma das diversidades, que tem a ver com a identidade da formação cultural de cada povo. A nossa política é de resgate cultural, porque não é possível chegar na Bahia e pegar uma fitinha do Bonfim Made in China. O nosso desafio é conjugar a questão da resistência e da manutenção cultural, da valorização e da multiplicação com a política de geração de emprego e renda e do avanço do empreendedorismo do artesanato”, afirmou Davison Magalhães, secretário da Setre.

O segundo encontro foi marcado pelos debates sobre a políticas públicas, além de traçar metas para a criação de um Fórum Estadual do Artesanato da Bahia. Ainda foram discutidos e apresentadas uma série de projetos e ações, como o projeto da criação da Casa Artesanato da Bahia, o Festival de Cerâmica de Maragogipinho, o georreferenciamento para traçar rotas do artesanato, Escola Virtual do Artesanato, os títulos honoríficos concedidos a mestras artesãs e mestres artesãos e o selo de origem que certifica o artesanato baiano.

Ainda no segundo dia, os integrantes das associações participaram da oficina Associativismo e Rede de Artesanato da Bahia, ministrada pela advogada e historiadora, Caliane Nunes, e o advogado e consultor, Lucas Seara e mediada por Thiago Fernandes, coordenador geral da Cesol Litoral Sul.

“Foram dias extremamente ricos, com conversas grandiosas com as associações. Os encontros foram importantes para debater as políticas públicas, reforçando a interação entre o Estado, os municípios e a União. Vamos ouvir e analisar as falas dos dirigentes das associações e dos artesãos, porque tudo isso vai se consolidar em política pública de fomento ao artesanato”, destacou Weslen Moreira, coordenador da CFA.

A Fábrica Cultural, responsável pela execução e gestão do Artesanato da Bahia, apresentou um balanço do trabalho que vem sendo realizado desde 2019. A coordenadora Carol Almeida destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido na Escola Virtual do Artesanato da Bahia, com cursos a atividades que podem ser acessados, gratuitamente, pelas artesãs e artesãos. Ela demonstrou que já foram criados sete pontos de vendas, alguns temporais, que alcançaram 27 territórios de identidade com a comercialização de cerca de 40 mil produtos. Outro dado considerado importante é a realização das Feiras, que, a partir de 2022, foram promovidas em diversos formatos e locais, alcançando cerca de 700 artesãos de mais de 100 municípios, onde residem as artesãs e os artesãos.