A Fábrica Cultural e toda a equipe do Artesanato da Bahia manifesta o mais profundo pesar pelo falecimento de Ricardina Pereira da Silva, a mestra artesã Dona Cadu, aos 104 anos, nesta terça-feira (21/05), em Maragogipe. Nossos sentimentos aos familiares.
Muito respeitada como ceramista no cenário do artesanato, a baiana de origem afro-indígena era também sambadeira, rezadeira e líder comunitária. Ainda menina, Dona Cadu aprendeu a manipular o barro com a mãe, no distrito de Coqueiros, em Maragogipe. Como artesã, ficou famosa ao desenvolver uma técnica própria para produzir moquequeiras, frigideiras e outras peças em cerâmicas de qualidade, que ensinou a outras pessoas.
Durante sua atuação, em 2021, foi reconhecida como Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia. Ao ser homenageada na Expo Casa do Artesanato da Bahia, em agosto do ano passado, a centenária mestra artesã afirmou que não pensava em parar de produzir suas famosas panelas de cerâmica. “Parar de trabalhar para que? Hoje mesmo, antes de vir para Salvador, fiz algumas peças”, disse orgulhosa.
No mesmo ano, durante o Festival da Cerâmica Maragogipinho, realizado em novembro, Dona Cadu foi uma das certificadas com o Prêmio Mestras e Mestres da Cerâmica pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Permanece a memória o seu legado, como mestra artesã da cerâmica, como sambadeira, e toda sua contribuição para a comunidade Coqueiros e a cultura baiana.