A diversidade de cultura, técnica e materiais vem atraindo um grande público na Indígena Artesanato da Bahia – Edição Afro-Indígena, que faz parte da programação do espaço do Governo do Estado da Bahia no Festival Internacional Liberatum Brasil, aberta ontem (03/11) e que encerra neste sábado (04/11), das 09 às 20 h, no Centro de Convenções Salvador. Nesta edição especial, a Feira faz uma síntese da riqueza ancestral do artesanato produzido por artesãs e artesãos baianos indígenas, quilombola e de religiões de matriz africana. Com entrada franca, a primeira edição brasileira do Liberatum está sendo prestigiada por pessoas de diversas regiões do país e do mundo.
A inspiração da Feira Afro-Indígena vem dos propósitos da Liberatum Brasil, uma plataforma internacional que defende a igualdade, diversidade e inclusão. As comunidades indígenas Tupinambá, Kiriri e Pataxó estão presentes com produtos que vão do tradicional ao contemporâneo, criados com diversas técnicas e materiais, que despertam cada vez mais desejos em baianos e turistas.
“É muito importante estar representando a minha comunidade, o meu povo aqui no Festival Liberatum. Ficamos muito felizes em ocupar espaços nas Feiras do Artesanato da Bahia, já que quase não temos lugares para vender e apresentar o nosso trabalho. É bonito também que o público se encanta com a diversidade do artesanato indígena, cada um mais bonito do que o outro”, comenta a indígena Pataxó Akua, da aldeia pataxó Boca da Mata, que desenvolve produtos com sementes de Pau Brasil e Juerana, entre outros.
Entre os estandes da Feira, destaque para as peças utilitárias talhadas à mão em madeira e a cerâmica em argila com pinturas em desenhos indígenas. Objetos de decoração como pinturas em madeira, trançado de fiada e tecido em aió, cocares, arcos e flechas, e os instrumentos musicais como maracas e apitos, entre outros.
“É uma satisfação o Artesanato da Bahia estar fazendo parte de um evento reconhecido internacionalmente como o Liberatum. Estamos felizes com esta oportunidade para que o mundo e o Brasil vejam a beleza, a diversidade e a riqueza ancestral do nosso artesanato”, afirma Weslen Moreira, coordenador de Fomento ao Artesanato – CFA.
A realização da Feira Artesanato Afro-Indígena é uma iniciativa da Coordenação de Fomento ao Artesanato da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Associação Fábrica Cultural.
“Para um Festival tão grande, que fala da diversidade como o Liberatum, não podia faltar a representação do Artesanato da Bahia e a da economia solidária na Bahia. E principalmente com o critério que foi colocado de ser uma Feira Afro-indígena. Estamos aqui dentro do Festival garantindo não só a geração de renda, mas também o dedo digital da nossa cultura e da nossa área”, afirma Juremar Oliveira, chefe de gabinete e secretário em exercício da SETRE.
No Brasil, o Liberatum é um festival de cultura, consciência e criatividade de classe mundial para inspirar comunidades com foco especial na cultura negra. Dentro deste conceito, o Artesanato da Bahia reúne na Feira, artesãs e artesãos de comunidades quilombolas e de religiões de matriz africanas. De suas mãos surgem o artesanato com referências, como esculturas e peças em metal de orixás, colares de mesa e parede, e instrumentos musicais.